Quando se fala em segurança em plataformas elevatórias, a maioria pensa na altura ou no tipo de terreno. No entanto, um fator igualmente importante é a carga dinâmica: o peso adicional gerado pelas ferramentas e materiais utilizados durante o trabalho. Esse aspecto costuma ser negligenciado, mas pode fazer a diferença entre uma operação segura e um acidente.

A capacidade de carga indicada pelo fabricante de cada plataforma refere-se a condições estáticas, ou seja, ao peso que ela pode suportar sem movimento. Mas na obra, o cenário muda: são utilizadas furadeiras, soldadores, tubos, chapas, tambores de tinta e, muitas vezes, mais de uma pessoa dentro do cesto. Esse peso combinado não apenas se soma, mas se multiplica com o movimento.

Um erro comum é pensar que, enquanto a capacidade nominal não for excedida, tudo está sob controle. Na realidade, ao usar ferramentas de grande porte ou materiais que exigem manobras constantes, a carga se torna dinâmica: são gerados impactos, vibrações e movimentos bruscos que aumentam a exigência sobre a plataforma.

Exemplo claro: uma soldadora portátil pode pesar pouco, mas se for trabalhada em ângulo ou arrastada repetidamente, a plataforma suporta esforços adicionais. O mesmo ocorre ao manusear peças metálicas longas ou pesadas: não contam apenas os quilos, mas também como são manuseadas em altura.

Para calcular a capacidade real, os operadores devem considerar tanto o peso total das pessoas quanto o das ferramentas e materiais, e aplicar uma margem de segurança. A recomendação é nunca se aproximar de 100% da capacidade máxima, mas manter uma margem de 20 a 30% para compensar a carga dinâmica.

O responsável pela gestão do aluguel dos equipamentos tem um papel fundamental na escolha da plataforma adequada de acordo com o tipo de trabalho. Uma plataforma tesoura para manutenção leve não é o mesmo que um braço articulado projetado para manusear materiais maiores.

Em conclusão, avaliar corretamente as cargas dinâmicas é fundamental para a segurança e continuidade da obra. Trabalhar com ferramentas e materiais pesados em plataformas elevatórias exige cálculos além da ficha técnica e a adoção de boas práticas de distribuição e uso.